Cerca de 120 pessoas de todas as idades participaram na leitura de “Os Lusíadas”, em Mirandês, uma actividade que marcou o Festival Intercéltico de Sendim, que anteontem terminou nesta vila do concelho de Miranda do Douro.
Francisco Domingues é professor desta língua minoritária e foi um dos participantes. O docente explica que “este é um evento muito importante para a divulgação da Língua Mirandesa e para futura memória”. “Se um dia o Mirandês se vier a perder “Os Lusíadas” ficam gravados integralmente”, conclui.
Alcides Meirinhos diz que “foi uma boa ideia integrar esta acção no Festival”, mas alerta para o facto de “as entidades oficiais nacionais e regionais não darem o devido valor à língua e raízes desta gente”.
O autor da tradução para Mirandês de “Os Lusíadas”, Amadeu Ferreira, mostrou-se orgulhoso pela adesão das pessoas e confessou que, nesta altura, faz cada vez mais sentido a leitura desta obra. “Foi posta a ideia a circular nas redes sociais e ao fim de pouco tempo tínhamos mais de 100 inscritos, o mais novo com 7 anos e o mais velho com 83”, explica. “Numa época depressiva é importante chamar a atenção para ‘Os Lusíadas’, para Camões e para a capacidade que a língua mirandesa tem, de colocar esta epopeia em Mirandês”, considera o investigador.
O Festival Intercéltico terminou anteontem e contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que homenageou Mário Correia, com a entrega de uma medalha de mérito cultural.
(de l Nordeste, 07-08-2012)
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