A Assembleia Municipal de Mogadouro, de maioria PSD, rejeitou hoje uma proposta aprovada por unanimidade pelo Executivo municipal liderado pelo PS, para a adesão da autarquia à recém- criada Associação de Língua e Cultura Mirandesa.
A associação pretende alargar o estudo da língua mirandesa e da sua vertente cultural e de ensino para além do concelho de Miranda do Douro, passando igualmente a representar os municípios de Mogadouro, Vimioso, Bragança e parte do concelho de Vinhais, onde esta “peculiar” forma de cultura está igualmente enraizada.
A bancada do PSD na Assembleia Municipal de Mogadouro (AMM) é da opinião que “esta associação não representa os interesses da cultura do planalto mirandês”, território onde estão incluídos os concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso.
“Nós votaríamos favoravelmente se associação em causa representasse a cultura da região do planalto mirandês. A língua e a cultura mirandesa são património do concelho de Miranda do Douro e Mogadouro é apenas um concelho vizinho”, disse à Lusa, o líder da bancada do PSD na AMM, José Maria Preto.
A representação social-democrata na AMM acrescentou que não haverá lugar para divergências institucionais, já que o que está em causa não é o município de Miranda do Douro, mas sim uma associação sediada no concelho.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães, um independente eleito nas listas do PS, refere que quando se fala em cultura fala-se de um povo que não é só Miranda do Douro, mas sim de três concelhos que integram o planalto mirandês e com raízes comuns.
“Não vi com bons olhos a rejeição pela bancada do PSD à adesão do município à ACLM, já que em sede de executivo municipal tanto os representantes do PSD como os do PS aprovaram a iniciativa por unanimidade”, disse o presidente da Câmara de Mogadouro.
No entanto, autarca de Mogadouro garantiu que respeita a decisão da AMM, apesar de não concordar com a mesma.
Os promotores da Associação de Língua e Cultura Mirandesa tinham como objetivo inicial englobar nesta nova entidade cultural todos concelhos de área de Trás-os-Montes que têm uma forma de cultura similar à mirandesa.
Do ponto de vista da promoção linguística do mirandês, havia a pretensão de englobar aquilo que foram os falares leoneses na região trasmontana, de onde descende aquela que é a segunda língua oficial em Portugal, o mirandês.
(de la RTP, 30-06-2014)
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