MAR MARTÍN
A “lhéngua” mirandesa é “doce como uma româ, bonita e franca”. Assim reza a lei que, há 20 anos, consagrou o mirandês como segundo idioma oficial de Portugal para preservar esta jóia da cultura ibérica com oito séculos de existência até “falada” por Astérix.
Derivado do asturo-leonês que se estendeu pelo noroeste da península, o mirandês conservou-se na comarca de Miranda do Douro, na região lusa de Trás-os-Montes, a poucos quilómetros da fronteira espanhola, uma das zonas do interior português mais castigada pelo despovoamento.
Estima-se que apenas cerca de 10.000 pessoas falam esta língua, ligada à terra e à agricultura, que se estuda nas escolas de Miranda e “falada” por personagens tão populares como Astérix e o Principezinho, referindo alguns dos títulos traduzidos para encorajar os menores a aprender mirandês.