CARINA ALVES
Alfredo Cameirão é o presidente da Associaçon de Lhéngua I Cultura Mirandesa desde 2016. É professor de Espanhol no Agrupamento de Escolas de Mogadouro, tem 55 anos e é natural da aldeia de São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro. O presidente da associação não tem dúvidas de que é preciso cumprir várias medidas para não deixar que a língua morra. A ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias por parte do Estado Português, a criação de uma unidade orgânica para traçar estratégias de defesa e fazer da língua, em termos escolares, uma disciplina curricular são as grandes estratégias para a manter uma realidade.
A Associaçon de Lhéngua I Cultura Mirandesa é, hoje, a grande defensora da língua mirandesa. Nestes anos, em termos de trabalho, o que é que já fez a associação e o que tem feito para preservar a língua?
A associação foi criada em Lisboa, por alguns mirandeses na diáspora, e, entretanto, em 2015, entendeu-se que seria melhor passar a sua sede e o essencial dos seus trabalhos para Miranda do Douro. Desde logo, alguns cursos foram dados, em Lisboa, de Língua e Cultura Mirandesa, que juntaram alguns desses portugueses e permitiram que algumas pessoas começassem a escrever em mirandês, nomeadamente em alguns jornais regionais de Bragança. Depois, quando passou cá para cima, coincidindo com a morte do nosso fundador e alma mater, Amadeu Ferreira, começámos a trabalhar e a pôr algumas coisas no terreno. Neste momento, temos um protocolo com a Câmara Municipal de Miranda do Douro, em que nos responsabilizamos por fazer todos os trabalhos que estejam relacionados a língua e que a câmara nos peça, nomeadamente traduções. Também damos cursos on-line e temos um projecto de recolha de testemunhos junto das nossas bibliotecas vivas, que estão a arder, que são os nossos idosos, sobre os saberes, tradições e modo de vida da Terra de Miranda nas últimas dezenas de anos.
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